1960 - A revolta

1961 – A REVOLTA

 

Durante este período, eu revoltei-me contra o sistema educativo que era muito duro, eu aspirava sobretudo a mais liberdade. Esse meu desejo era tão grande que ao sábado, e porque a ocasião se deu, eu decidi fugar da escola ao meio dia, em vez de sair às 16 horas como os outros sábados, e isso graças a um professor que me pedira para levar uma carta muito importante ao correio, e por isso deram-me a autorisação de saír à 12 horas. Não hesitei muito em tirar proveito da ocasião e desde esse dia e durante as 5 semanas seguintes, eu saía ao meio dia, até ao dia que me encontrei face a face com o director da escola que me perguntou aonde é que eu ía.
Claro que eu le mostrei um envelope (vazio) com um endereço escrito, o expediente, o nome do professor, e expliquei que tinha que ir aos correios... ele concordou. Mas as coisas mudaram quando na segunda-feira seguinte depois do apelo, eu fui chamado ao gabinete da direção aonde me encontrei frente a frente com o tal professor e então começaram os problemas, 3 dias de suspensão às aulas e uma carta para entregar e ser assinada aos meus pais, antes de voltar para a escola. É óbvio que regressei a casa explicando à minha mãe que não pude ir às aulas por causa da nevoeiro. Fui para o meu quarto e assinei eu a carta em vez do meu pai.
No dia seguinte, a mesma música, nevoeiro = não há escola, no terceiro dia, encontrei a desculpa da bruma, e regressei. A primeira coisa que a minha mãe disse foi “Aposto que há nevoeiro?”, respondi que sim e pensei que ela era extremamente gentil. Mas essa gentileza desapareceu rápidamente e senti um par de bofetadas das quais ainda me lembro hoje em dia, isso mesmo, ora entretempo o correio tinha passado e tinha entregado uma cópia da carta que eu havia de ter entregue para assinar à minha mãe. Era essa carta que minha mãe me pedia agora, o problema erra que eu já a tinha assinado imitando a assinatura do meu pai.
Por fim, o meu pai não veio a saber de nada, foi a minha sorte, e tudo acabou assim.
Durante o verão íamos para o mar, aonde praticavamos pesca submarina. Não tinhamos equipamento como os profissionais, eu tinha comprado um pulmão de ocasião, equipamento que funcionava com oxygénio puro em circuito fechado, podia ser utilizado par descer a 15 metros, e com uma autonomia entre a descida e a subida de 1 hora e meia.
Depois era preciso ir encher a garrafa de 2 litros de oxygénio ao hospital e mudar a cale de sódio que servia de filtro.
Mas como não havia dinheiro para tudo isto, tinhamos que pescar e vender peixe aos restaurantes da zona pela metade do preço do mercado. Como a quantidade pescada não era muita, tivemos que encontrar outro sistema, o qual foi encontrado pelo nosso “Von Braun”, que fabricou bombas para peixe.
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Com esse sistema conseguimos pescar muito mais. Um dia, quase que o peixe eramos nós, para os marinheiros Guardia de finanza que patrolhavam perto. Conseguimos fugir-lhes mas pusemos fim aquela prática proíbida de pesca.
Entre as nossas atividades e para nos divertirmos, tinhamos começado a fabricar fuguetões, graças ao nosso amigo “Von Braun”, convencidos de fazer concurrencia à Nasa. Nós pozemos a voar e a explodir alguns fuguetões. Tinhamos mesmo fabricado uma ogiva destinada a conter um rato branco e a testar o funcionamento de um paraquedas que permitiria à capsula de entrar na atmosfera que nós lançamos da janela du sétimo andar, o gato da irmã do “Van Braun” amarrado ao paraquedas... Nunca mais vimos nem o gato nem o paraquedas.