1956 – AS ESCOLAS SUPERIORES
No início do ano letivo, os meus pais tinham-me inscrito na escola Giorgio Cini, aondo estavam também os Salesiani di Don Bosco, escola centro de arte e de artesanato reconhecida e muito popular porque de là se saía com um diploma de fim de estudos reconhecido por muitos empregadores, diploma baseado na qualidade dos estudos e no professionalismo com o qual os alunos saíam em fim de ciclo.
Eram 5 os ofícios ensinados, tipografia, mecanica, electromecanica, a costura e a marcenaria.
Mas ela não era simplesmente uma escola professional, ela era diferente das outras, pois ensinava um maior número de ofícios, alem de estudar, de aprender um ofício e de se obter um diploma final, ela dava acesso a continuar a estudar na universidade.
Passei nessa escola 7 anos e acabei com um diploma de “perito eletromecanico” (engenheiro industrial en eletromecanica), mas nos últimos anos de escolariedade, e sobre o conselho do meu pai, inscrivi-me em aulas nocturnas de impressor, fiquei então com dois diplomas em fim de ciclo.
Nunca chegei a trabalhar como impressor. “É uma arte”, dizia o meu pai, mas eu não gostava dela, esse trabalho era estático, eu queria fazer um trabalho no qual fosse preciso procurar, inovar, inventar, deixar libre a minha imaginação e a fantasia. Mesmo sendo verdade que o impressor pode dispor libremente a paginação, depois de lançar a máquina, só lhe resta vigiar e tudo acaba aí. Por isso a escolha estava feita.
Durante todos os anos de escola e desde o princípio, fomos sempre encorajados a praticar desporto, pois nesta escola não era como nas outras instituições, nós os externos, entravamos às 8 horas da manhã e saíamos às 20 horas, o programa quotidiano de 4 horas de aulas de manhã com uma ½ hora para almoço e algum lazer, e das 14 horas até às 16, depois mais uma hora de repouso e das 17 às 20 horas a teoria e a prática do ofício. O dia de sábado era mais curto, nós saíamos às 16 horas.
Eu inscrivi-me na equipe de patinagem com rodas, gostava muito e também fiz parte da equipe da escola com a qual tinhamos jogado no campionato regional. Após três anos nesse desporto, nós ganhamos o campionato regional Del Veneto, fiquei muito feliz e muito orgulhoso de poder mostrar a medalha de ouro e a copa que ganhamos.
Mas os anos passavam e a idade trazia outras necesidades, os passa-tempos já não eram os mesmos, aos domingos, comecei a sair com os amigos do bairro e mesmo com a liberdade que o meu pai me dava eu comecei a ter outras exigencias, como quem diria, comecei a sentir o apelo de uma certa independência.
Um dia, com os outros amigos do bairro, decidimos pregar uma partida ao presidente da câmara municipal de Veneza no dia das mentiras.
Depois de algumas reúniões e acordos sobre a maneira de proceder, nos puzemos o decidido em prática : construímos um muro en frente à porta do seu domicílio durante a noite, préviamente tinhamos avisado a imprensa Le Gazzetino di Venezia.
Eramos 9, compramos os briques e outros materiais necessários. Em menos de meia hora a porta estava fechada, depois ligamos para o jornal a contar o sucedido, bem escondidos à espera da reação deles. Esta n não tardou, pouco depois chegaram os fotografos que tomaram posição à espera do momento em que o presidente da junta da câmara municipal tenta-se sair de sua casa. Claro que as fotografias dele não faltaram nos jornais tanto como as dos bombeiros a tentar desfazer o muro.
Desta história poucos conhecem os culpados, somente os protagonistas e ai deles se se gabassem.